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PÓS-OPERATÓRIO DE PRÓTESE DE QUADRIL
(Artroplastia Total de Quadril)
De modo geral, o pós-operatório será realizado na enfermaria após a recuperação da anestesia. Em casos especiais (idosos, múltiplas doenças associadas, sangramento excessivo) o pós-operatório imediato poderá ser feito na UTI, caso a equipe da anestesia julgue necessário.
Realizamos profilaxia (prevenção) de trombose para todos os casos. O paciente tomará um medicamento que serve para prevenir trombose (entupimento das veias) por 30 dias. Orienta-se ainda o uso de meias elásticas para os membros inferiores e mobilidade precoce como medidas de prevenção de trombose.
O controle rigoroso da dor no pós-operatório é fundamental para a recuperação acelerada do paciente. Realizamos o controle da dor com uso regular de analgésicos e anti-inflamatórios.
REABILITAÇÃO FUNCIONAL E CUIDADOS APÓS A CIRURGIA
Pós-operatório imediato
Logo que o efeito da anestesia terminar, orienta-se o inicio do trabalho da equipe de fisioterapia com exercícios de contração muscular para ativar a circulação dos membros inferiores.
Sentado ou mesmo deitado de barriga para cima, inspire profundamente pelo nariz e solte o ar pela boca lentamente. Repita cinco vezes. Pare caso venha sentir tontura.
Primeiro dia
Recomenda-se que faça um pequeno rolo com uma toalha e coloque embaixo dos pés. Mova seus pés para frente e para trás 10 vezes. Rode-os para um lado e para o outro, 10 vezes para cada lado.
Coloque o rolo embaixo dos joelhos. Aperte o rolo para baixo, empurrando o joelho na direção da cama. Sustente contando até três. Relaxe e repita 10 vezes.
Você poderá sentar com as pernas para fora do leito e se as condições clínicas permitirem, poderá ficar em pé e andar com uso de andador e com a ajuda da equipe da fisioterapia. Será ainda permitido banho de chuveiro em cadeira de banho.
Segundo dia
Você poderá sentar com as pernas para fora do leito, ficar em pé e andar pelo quarto e pelo corredor do hospital com uso do andador e auxiliado pela equipe de fisioterapia.
O apoio da perna operada no chão deverá ser parcial (com pouca carga) com o uso de andador. Você, portanto, dividirá o peso de seu membro operado com o andador, lembrando que a perna deverá estar aberta e o pé em posição neutra (não pode estar rodado para dentro!). O médico e a equipe da fisioterapia explicarão como este procedimento será realizado.
Terceiro dia
Serão realizados exames de controle (sangue e RX). Se tudo estiver bem, você receberá alta e continuará a reabilitação em casa.
CUIDADOS EM CASA
Entrando e saindo do carro
O transporte deverá ser realizado no banco do passageiro, devendo seguir a seguinte sequência: apoie as muletas ou andador na porta aberta do carro, em seguida coloque os braços firmes no painel e no banco. Este banco deve estar recuado e reclinado oferecendo espaço suficiente para uma boa acomodação; sente-se suavemente; em seguida conduza perna operada (colorida) para o interior do carro. Acomode-se corretamente e feche o cinto de segurança.
Para sair do carro repita os passos na ordem inversa. Lembrando que é sempre bom ter alguém por perto para ajudar.
Subindo e descendo da cama
Você deve sair da cama pelo lado da perna operada (colorida). Conduzir a perna com cuidado até atingir a posição sentada vagarosamente. Após sentar, coloque o andador à sua frente e, com a perna não operada e braços, levante-se.
Para retornar à cama, basta fazer o inverso.
Levantando e sentando na cadeira
Ao sentar-se é importante que a cadeira utilizada seja alta e possua apoios para os braços.
Ao levantar faça o apoio na perna não operada juntamente com os braços, evitando-se inclinar para frente, até ficar em pé. Depois utilize muletas ou andador para caminhar.
Para sentar-se, faça o inverso.
Exercícios em casa
Aqui estão alguns exercícios que você deverá fazer em sua casa e que ajudarão na sua recuperação.
Movimente o pé para cima e para baixo.
Repita 30 vezes.
Este exercício pode ser feito várias vezes ao dia.
Dobre lentamente o joelho levando o calcanhar em direção às nádegas.
Retorne suavemente o movimento esticando o joelho.
Repita 10 vezes.
Mantendo o joelho esticado, contraia os músculos da frente da coxa contando até cinco. Relaxe em seguida.
Repita por 20 vezes.
Levante a perna mantendo o joelho esticado.
Deixe o outro joelho dobrado.
Repita até 10 vezes.
Encaixe os glúteos, contraindo-os por 5 segundos.
Repita até 8 vezes.
Sentado em uma cadeira e com a coxa apoiada, levante o pé até esticar o joelho. Retorne o pé ao chão suavemente. Use os braços para melhorar o apoio do corpo. Repita 10 vezes.
Em pé, com as mãos apoiadas no encosto da cadeira, levante lentamente a coxa ao mesmo tempo que dobra o joelho. Retorne suavemente a perna ao chão. Repita 10 vezes.
Em pé e com as mãos apoiadas, separe a perna levando-a para o lado. Retorne suavemente à posição inicial. Repita até 10 vezes
CUIDADOS COM A FERIDA OPERATÓRIA
Curativo diário: manter a ferida operatória limpa e arejada.
- Retire o curativo após o banho, lave a ferida com soro fisiológico e sabonete neutro e seque-a delicadamente. Se houver desconforto pelo contato com roupas coloque um novo curativo. Você pode sentir adormecimento na pele ao redor do corte da cirurgia, o que diminui com o tempo.
- Retirada dos pontos: os pontos cirúrgicos serão removidos em torno do 15° dia após a cirurgia (segunda semana).
- Se ocorrer vermelhidão ou inchaço leve na ferida operatória, colocar uma bolsa de gelo envolta numa toalha por 20 minutos, três vezes ao dia.
- Se não melhorar procurar o seu médico.
ATIVIDADES RECOMENDADAS
A Artroplastia Total de Quadril é uma peça e com o passar do tempo pode desenvolver algum tipo de desgaste em seus componentes. A atividade excessiva ou sobrecarga de peso podem apressar este desgaste e afrouxar a prótese. Com atividade apropriada, a sua prótese de quadril pode durar muitos anos.
Atividades como caminhadas, natação, hidroginástica, dança de salão, pilates e academia podem ser realizadas, principalmente sob supervisão, sem forçar o quadril operado.
As atividades sexuais podem ocorrer após a sexta semana da cirurgia. Para evitar complicações utilize uma posição confortável. Evite movimentos bruscos. A principal complicação é a luxação da prótese. Tenha calma e bom senso.
Atividades contra-indicadas
- Corrida e caminhada longa e vigorosa
- Subir em árvore
- Andar à cavalo
- Esportes de contato: lutas, artes marciais, futebol, basquete, tênis, vôlei.
- Levantamento de peso
O que não pode fazer
COMPLICAÇÕES
O desenvolvimento tecnológico e o avanço da medicina fizeram da artroplastia total do quadril uma cirurgia segura, eficaz e com resultados previsíveis tanto a curto quanto à longo prazo. Entretanto, apesar dos excelentes resultados, o procedimento não é isento de complicações. A taxa geral de complicações gira em torno de 2 a 3%. As principais complicações são:
Trombose
A trombose ocorre quando um coágulo de sangue obstrui um vaso sanguíneo, prejudicando a circulação. Os sinais e sintomas incluem: dor e inchaço na panturrilha (barriga da perna), podendo se estender da coxa até o pé. Quando o coágulo se desloca da perna até o pulmão chama-se de embolia pulmonar, cujos sintomas são: dor no tórax, mal-estar geral, febre e falta de ar. Caso você tenha estes sintomas, dirija-se imediatamente ao pronto-socorro mais próximo, diga que está operado de prótese do quadril e relate os sintomas.
A trombose e a embolia podem ocorrer a qualquer momento, mas o período crítico é até a segunda semana. Para minimizar os riscos você deverá usar medicação anticoagulante, usar meias elásticas e iniciar a reabilitação precoce. A mobilização precoce é eficaz e indispensável para a prevenção desta grave complicação. É a principal medida para evitar trombose.
Infecção
Através dos esforços de toda a equipe e do desenvolvimento de medidas inovadoras para evitar infecções, foi possível reduzir a ocorrência dessa complicação nas cirurgias, estando presente somente em torno de 1% dos casos. Isto representa uma grande vitória da medicina. Entretanto, a infecção continua sendo um problema grave e desgastante para o paciente, a família e a equipe médica.
Os sinais de infecção da prótese são: dor contínua, vermelhidão e inchaço no quadril, febre persistente (acima de 37,8º C) e calafrios. Alguns dos fatores de risco para infecção são: diabetes, artrite reumatóide, psoríase, anemia falciforme, doenças e medicações que reduzem a imunidade (como corticoides), cirurgia prévia no mesmo quadril e tabagismo (fumo).
O tratamento da infecção é exigente e prolongado, sendo necessário internações prolongadas e múltiplas cirurgias. Infelizmente ainda é uma grave complicação. Procure seu médico imediatamente se ocorrer qualquer destes sinais.
Luxação ou deslocamento
Como já sabemos a prótese é formada basicamente por dois componentes: o acetabular e o femoral. A luxação da prótese significa o deslocamento do fêmur do seu lugar normal no acetábulo. Geralmente está associada a posições extremas e movimentos bruscos. Na maioria das vezes é possível recolocar no lugar sem cirurgia. Quando isto não é possível deve-se realizar nova intervenção cirúrgica. Às vezes precisamos trocar os implantes. A troca dos implantes é chamada de revisão de prótese.
A luxação acontece em 1 a 2 % das artroplastias.
Óbito
Infelizmente também devemos falar desta desastrosa complicação! Pode acontecer em qualquer idade, porém é mais comum em pacientes idosos, portadores de doenças crônicas e que já fizeram outras cirurgias no quadril. Eis aqui o motivo imperioso que não devemos realizar o procedimento da artroplastia total do quadril quando o paciente tem pouca dor ou apenas por questão estética. A taxa desta complicação é menor que 1%.
Formação Médica do
Ortopedista Dr. Fernando Garcia
CRM 156.764 / RQE 67.619
- Médico Especialista em Ortopedia e Traumatologia pela Faculdade de Medicina de São José de Rio Preto
- Especialização em Cirurgia de Pelve e Quadril pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
- Especialização em Artroscopia de quadril e joelho e Artroplastia de quadril e joelho na Santa Casa de Sertãozinho - SP em parceria com o Departamento de Biomecânica da FMRP/USP e nos hospitais São Lucas, Ribeirânia e Ribeirão Preto - SP.
- Formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva
- Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - SBOT.
- Membro da Sociedade Brasileira de Quadril - SBQ.
- Membro da Associação Brasileira de Ortopedia e Osteometabolismo - ABOOM.